Alunos cultivam ervas medicinais através da experiência pedagógica ‘Cidade também é Campo’
Teoria e prática são vivenciadas de forma simples, mas com resultados que refletem na vida diária dos alunos e dos pais que estão envolvidos na experiência pedagógica “Cidade também é Campo”. Os alunos do 3º Ano da Escola Municipal João Paulo II, contam como é a experiência de cultivar ervas medicinais na escola e como o projeto e suas atividades estão transformando a vida deles no âmbito escolar e familiar. Muitos relataram que os pais passaram a plantar verduras, legumes e temperos em casa, organizando espaços para o cultivo de alimentos, já que a cidade também é campo. Sim! Dá para se alimentar bem consumindo produtos cultivados no terreno de casa. Com o desenvolvimento das atividades propostas pela experiência pedagógica da professora que coordena o projeto, os alunos passaram a observar a comunidade onde moram e tornaram-se agentes de mudança social.
Em uma conversa com alunos e a professora Geórgia Bernardes Gabbi, percebi o quanto essa experiência é aproveitada na vida desses estudantes que almejam um mundo melhor.
“Muitos dos alunos da nossa escola têm pais que já moraram no campo e eles ajudam os filhos a trabalharem o tema com facilidade”, relatou.
A professora ressaltou que foram muitas as etapas construídas para aliar conhecimento com a realidade. Segundo ela, ensinar os benefícios de cultivar vegetais em casa, além da economia é também muito saudável. A experiência foi agregando aos participantes mais aprendizado. Na esfera literária, diversos livros foram lidos e trabalhados em sala de aula, sendo: Galinha Ruiva, Na Roça é diferente, Rubens o Semeador, Que Horta e todos os livros da coleção Agrinho: Feliz Aniversário, Palavras com Asas, dentre vários outros, cujo objetivo é frisar como é importante consumir produtos sem agrotóxicos e orgânicos, aproveitando espaços.
Depois de se aprofundar nas historinhas contadas pelos livros, a professora Geórgia disse que todos puderam aprimorar a experiência por meio de um passeio pelo bairro, para identificar terrenos que têm plantações e outros que possui mato e que poderiam ser melhor aproveitados para o cultivo de verduras e legumes. “Essa experiência é utilizada nas atividades de português, matemática, ciências, enfim, a vivência dos alunos é transformada em conhecimento nas diversas disciplinas”, salientou a professora.
Os alunos também produziram um herbário, uma coleção de folhas em um livro, que foi trazida da casa dos alunos, onde cada um produziu seu livro com folhas de frutas, verduras e vegetais encontrados em suas residências. Após foi desenvolvida uma maquete da escola incluindo nela o espaço para o cultivo de ervas medicinais. Além dessa atividade, outra visou aumentar o conhecimento, onde cada aluno trouxe um alimento orgânico e um alimento industrializado. Os estudantes explicaram sobre os benefícios e malefícios de cada um.
Em um espaço dentro da própria escola, os alunos cultivam ervas medicinais e condimentar, que são usadas para consumo dos alunos dentro da escola.
“Além disso, eles puderam trazer os pais para uma palestra que aconteceu junto ao Yantem de Medianeira, e aprenderam a fazer o sal de ervas, muito saboroso e prático para temperar alimentos e saladas. Por ser saboroso, o seu consumo tende a diminuir o uso diário de sal e com essa prática pode se melhorar as condições de saúde, prevenindo algumas doenças”, aponta Geórgia.
As experiências não pararam. Eles também fizeram plantio de sementes e ganharam árvores cedidas pelo horto municipal. Vivenciaram seus pais construindo hortas. Conheceram a feira do pequeno produtor e foram ao Morro da Salete, onde puderam ver nitidamente o campo e a cidade, distinguindo casas, área de plantio, mata ciliar, animais, dentre outros. Participaram de um almoço e foram conhecer duas propriedades rurais e entender como a natureza é harmoniosa no campo e importante para a cidade. Eles também assistiram a uma peça teatral do Semear, que abordou o tema reciclagem, educação e respeito ao meio ambiente.
Os alunos também visitaram o prefeito municipal para entregar uma carta, onde apresentavam a realidade em que estava a esquina na rua atrás da escola, usada para depósito de lixo. Eles reivindicaram neste local um ponto de ônibus que já está em construção. “Queremos plantar flores no entorno, deixar uma imagem bonita para o bairro e para a escola. Eles tiveram a sensibilização de perceber que aquele lixo deixava uma imagem ruim”, acrescentou a diretora Evelina Lemke Pereira, que concede todo suporte e apoio necessário para o bom andamento do projeto.
“Cidade também é Campo” proposta pelo tema: “As coisas que ligam o campo e a cidade e nosso papel para melhorar o mundo”, é promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Administração Regional do Estado do Paraná – SENAR-PR.
”Têm dias bem difíceis, mas têm dias que compensam todos os outros dias”, finaliza a professora Geórgia, referindo-se à educação.
Agrinho é o maior programa de responsabilidade social do Sistema FAEP, resultado da parceria entre o SENAR-PR, FAEP, o governo do Estado do Paraná, mediante as Secretarias de Estado da Educação, da Justiça e da Cidadania, do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, da Agricultura e do Abastecimento, os municípios paranaense e diversas empresas e instituições públicas e privadas.
O Programa Agrinho completa 19 anos de trabalhos no Paraná, levando às escolas da rede pública de ensino uma proposta pedagógica baseada em visão complexa, na inter e transdisciplinaridade e na pedagogia da pesquisa. Anualmente, o programa envolve a participação de mais de 1,5 milhão de crianças e aproximadamente 80 mil professores da educação infantil, do ensino fundamental e da educação especial, estando presente em todos os municípios do Estado.
Da redação do Portal Medianeira